Como advogado atuante na área do Direito Empresarial, uma das tarefas que julgo mais difíceis é “colocar na cabeça” do empresário que contador não é advogado e vice-versa.
É comum me deparar com empresários que delegam às seus contadores a condução das questões jurídicas de suas empresas. Há empresários que, com o objetivo de economizar, tentam sobrecarregar o contador, com diversas tarefas exclusivas de advogado. O empresário deixa de contratar a consultoria de um profissional da advocacia, demandando questionamentos jurídicos a um profissional de contabilidade. O inverso também acontece, porém, em menor número.
A fim de tornar mais clara a diferença entre os profissionais, tomo a liberdade de transcrever abaixo as definições do dicionário da língua portuguesa (Dicionário Michaelis):
- Contador: profissional de nível universitário, geralmente bacharel em Ciências Contábeis, que exerce funções contábeis.
- Advogado: profissional graduado em Direito (…) legalmente habilitado, que orienta e esclarece juridicamente a quem o consulta e age em juízo ou fora dele; é órgão auxiliar da Justiça. Nos dias de hoje, as mudanças são constantes e rápidas. A transformação e adequação ao mercado são essenciais para garantir o futuro das pequenas e médias empresas. Por isso, empreendedores devem buscar suporte especializado, pois mesmo com todo planejamento, é preciso se cercar de profissionais com conhecimentos específicos.
Os julgamentos equivocados
As profissões de contador e advogado são tradicionalmente injustiçadas na mente de muitos brasileiros, principalmente daqueles que não conhecem a fundo seu trabalho e sua função.
São inúmeras pessoas que enxergam os advogados e contadores como “um mal necessário” e um “custo”. Exercendo o meu papel de advogado, tenho que discordar desta ideia.
Atualmente, os advogados e contadores têm sido muito requisitados pelas empresas para que possam ajudar o empresário a desenvolver uma gestão mais eficiente e assertiva, com notável redução de custos. Essas parcerias estratégicas fazem com que os empresários possam se manterem focados em seu core business, deixando a cargo de seus prestadores de serviços de confiança as questões “chatas” e burocráticas de seus negócios.
Evidentemente, o empresário terá que dispender certa quantia para a remuneração do trabalho destes profissionais. Contudo, sendo o trabalho bem realizado, poderá haver uma redução de despesas, custos e passivos das sociedades empresárias.
As funções dos advogados e contadores nas empresas
O advogado é um instrumento básico para assegurar a defesa e a aplicação da lei em todas as instâncias. A sua atuação é essencial para que seja garantida a luta por um melhor equilíbrio social e pela aplicação da justiça.
A atuação consultiva (preventiva) do advogado é essencial para que as empresas permaneçam dentro do limite da lei, prevenindo problemas de futuros e eventuais litígios.
Já os contadores têm conhecimento nos setores contábil, financeiro e fiscal. Com isso, um bom serviço de contabilidade pode orientar e evitar diversos prejuízos às empresas.
Diante deste contexto, o ideal é que as empresas usufruam de uma atuação conjunta de advocacia e contabilidade.
Atuações em conjunto
A parceria e o trabalho em conjunto dos advogados e contadores é essencial para o bom desempenho das atividades empresariais. Quem mais ganha com essa proximidade é o empresário, que necessita proteger sua empresa e manter-se competitivo no mercado, evitando problemas que podem colocar a própria sobrevivência do negócio em risco.