Se você é empresário ou trabalha no ramo corporativo, provavelmente já tenha escutado o termo Compliance. Muito se fala a respeito do assunto, principalmente nos últimos anos, quando tema ganhou mais espaço no Brasil com a entrada em vigor da Lei Anticorrupção.
Entretanto, mesmo com o crescimento dessa questão, os empresários ainda têm muitas dúvidas sobre ela e sua aplicabilidade na prática. As empresas investem em uma área específica de Compliance, tecnicamente estruturada e ativa estão em um patamar diferenciado de competição com a concorrência, razão pela qual o tema tem chamado cada vez mais a atenção do mundo corporativo. Diante disso, desenvolvemos este artigo que vai abordar os pontos mais importantes a respeito do assunto, ajudando você a entender quais são as suas características, processos, objetivos e benefícios. Ao final da leitura, você vai ter mais clareza em relação ao tema, além de entender se a sua empresa deve recorrer ao Compliance e quando isso deve ser feito. Acompanhe e descubra!
O que é Compliance?
Compliance é um termo em inglês, derivado do verbo “to comply”, que remete à ideia de conformidade. O conceito, na prática empresarial, é basicamente o de garantir que o negócio esteja em conformidade com as leis, normas, padrões éticos e regulamentações, tanto internas quanto externas.
Dessa maneira, trata-se de um conhecimento aplicado com o objetivo de minimizar riscos empresariais. É por isso que o Compliance é uma linha de trabalho que atua preventivamente, orientando o comportamento e agregando segurança nas ações empresariais dentro do seu mercado de atuação.
Consideramos o Compliance um padrão de negócios, já que suas ações e boas práticas garantem que a empresa se posicione com uma postura ética e transparente, não só com relação aos órgãos públicos, mas no contato com o mercado de uma forma geral — clientes, colaboradores, fornecedores, parceiros e investidores.
Como o Compliance funciona na prática?
Colocar o Compliance em prática não é simples, por isso, a empresa que deseja criar diretrizes e estabelecer uma postura jurídica de proteção para o seu negócio, deve começar contratando profissionais com conhecimento técnico sobre a legislação. Essa equipe vai fazer mapeamento da empresa, entendendo quais são as suas práticas, rotinas e pontos do negócio que merecem atenção.
O Compliance deve abranger todas as atividades empresariais. Contudo, os processos internos devem ter uma atenção especial. Com essas informações obtidas através do mapeamento, será elaborado um código de conduta, que trará informações a respeito dos processos que devem ser seguidos por todo o pessoal organização, independentemente do nível hierárquico. A linguagem do código de conduta deve ser acessível, garantindo que qualquer pessoa possa ler e compreender as diretrizes do negócio.
O próximo passo é a disseminação dessas informações para todos os colaboradores, destacando a importância deles seguirem as normas e os padrões estabelecidos no código de conduta. A conscientização é essencial e parte crucial no processo de adequação da empresa.
Deve-se deixar claro que é cultura da empresa a práticas de ações em conformidade com as normas, atuando no mercado de forma íntegra e idônea e que todos os colaboradores devem seguir a mesma linha.
Além disso, é necessário investir na criação de canais de denúncia, nos quais os funcionários tenham um espaço para relatar eventuais atividades que estejam em desacordo com o código de conduta e as normas da empresa. Inclusive, é essencial garantir o anonimato aos denunciantes. A certeza de que as suas identidades não serão reveladas os dará “mais coragem”.
Existe um monitoramento do Compliance?
Entender os processos da empresa, avaliar a necessidade de criar normas de boas práticas, elaborar um código de conduta e depois um canal de comunicação para denúncias são os processos iniciais para colocar o um programa de Compliance em prática.
Além disso, a empresa deve adotar posturas de monitoramento da eficácia da sua estratégia de Compliance. Isso pode ser feito mediante a realização de revisões periódicas, a análise de riscos jurídicos no período, a revisão das práticas, o treinamento dos colaboradores e ações específicas voltadas para áreas do negócio mais sensíveis e que merecem uma atenção especial.
Qual é a diferença entre Compliance e auditoria interna?
Muitas pessoas confundem a função da auditoria interna e do Compliance, entretanto, é importante destacar que se tratam de duas figuras diferentes, apesar de complementares.
Enquanto o Compliance atua de forma contínua dentro de todos os setores da empresa, visando investir em boas práticas de segurança jurídica, a auditoria interna trabalha de forma esporádica, por um determinado período de tempo, visando analisar pontos específicos e identificar eventuais falhas nas operações de um determinado setor ou área do negócio.
Em outras palavras, o Compliance reflete a implantação de procedimentos diários, ações e treinamentos, que buscam o atendimento às normas estabelecidas. Já a auditoria interna fiscaliza se as normas estão sendo seguidas, detectando eventuais irregularidades ou fraudes.
No cenário corporativo e mercadológico, as empresas que possuem um setor de Compliance ativo, independente e estruturado, se posicionam em um patamar diferenciado de competição. Por isso, a utilização dele é uma necessidade para as organizações que desejam melhorar sua posição frente à concorrência.
Quais são os benefícios do Compliance?
A empresa que desenvolve estratégias de Compliance consegue criar um ambiente favorável para melhorar o desempenho dos seus negócios e o seu posicionamento junto ao mercado, além de reduzir riscos jurídicos para a empresa.
Assim, o Compliance contribui para o ganho de credibilidade junto aos clientes, investidores, fornecedores e até mesmo concorrentes. Também é uma ferramenta importante para as empresas que desejam atuar no mercado externo.
Além disso, ele contribui para o aumento da eficiência e da qualidade dos produtos fabricados e/ou dos serviços prestados, melhorando o nível de governança corporativa e agregando proteção jurídica para as empresas.
Como você pode ver, aplicar estratégias de Compliance é uma solução interessante para o gestor que quer investir em segurança e desenvolvimento do negócio.
Para se beneficiar do Compliance, lembre-se de que é imprescindível estar assessorado por profissionais com expertise na área e que tenham condições de oferecer todo o suporte jurídico na análise do negócio, na elaboração do código de conduta e no monitoramento da execução das estratégias.
Você tem dúvidas sobre o assunto ou gostaria de apenas compartilhar sua opinião e experiências a respeito do tema? Entre em contato conosco através dos nossos canais de comunicação.